quinta-feira, 9 de outubro de 2014

Diário de uma ex-obreira - Capitulo 17


O rosto dele estava tão perto do meu que eu podia sentir sua respiração, Meu lábios tremiam tanto quanto minhas pernas. Eu fechei os olhos e me entreguei aquele sentimento, pronta para receber aquele beijo. Mas antes que nossos lábios pudessem se tocar, um grito nos interrompeu repentinamente, - Flaaaaavio!, nos afastamos um do outro assustados, e quando olhamos para o lado era a Mariana, com os olhos cobertos de lagrimas e com a voz pesada.

- Eu posso explicar! exclamei
- Não tem nada a explicar, eu vi perfeitamente bem que vocês iam se beijar, você é pior do que eu pensava Drica. E Flávio, eu nunca mais quero se quer ouvir seu nome.

A Mariana estava realmente muito abalada, ela perecia gostar de verdade dele. Ela virou as costas e entrou no ônibus chorando, mas se podia ver ódio faiscando em seus olhos,  resolvi esperar o próximo ônibus, certamente ela não deixaria por isso mesmo.

Chorei a noite inteira em meu travesseiro, até que por volta das 4 horas da madrugada fui vencida pelo sono e dormi. Acabei me esquecendo de colocar o relógio para despertar e quando acordei já estava tarde, certamente a reunião de domingo de manha já havia acabado. Levantei, tomei um banho, comi alguma coisa e desci para a igreja com a ideia de evangelizar, mas chegando lá antes que eu pudesse passar pela portaria da igreja o pastor me chamou aos gritos:

- Drica, venha até aqui agora, não quero ouvir nenhuma palavra da sua parte, apenas me escute e depois se retire. Você me decepcionou Drica, eu esperava o melhor de você, confiava em você como obreira, mas você demonstrou que não tem caráter, e eu não posso permitir que você continue como obreira. A partir de hoje você não é mais obreira e nem pode vestir mais nenhuma camisa da força jovem. Estou indo agora junto com a Mariana ir falar com o bispo a respeito do pastor Flávio, você estragou o ministério de um grande homem de Deus.

Fiz como o pastor disse fui embora sem nem olhar para traz, tentado segurar o choro. Como iria ser daqui pra frente? eu amava ser obreira, e agora eu estava fora. Eu fui uma pedra de tropeço no caminho do pastor Flávio, Deus nunca irá me perdoar, o que será que vai acontecer com ele? será que isto é motivo suficiente para tirarem ele da obra? Surgiram milhões de questionamentos nos meus pensamentos, e cada um deles rasgavam a minha alma. Não lembro de ter me sentido tão mau em toda a minha vida.

CONTINUA...

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