segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Diário de uma ex-obreiro - Capitulo 39


Algum tempo depois, o pastor veio falar comigo, era sábado e eu estava ajudando aos obreiros a dobrar a arca(caixinha) para o propósito que teria no dia seguinte, quando o pastor me chamou na sua salinha, estava ele e sua esposa, me esperando para conversar. Ainda me dava frio na barriga toda vez que o pastor me chamava para conversar, mas dessa vez eu estava mais tranquila, sabia que não aconteceria nada que não fosse da vontade de Deus. Ao entrar na salinha dei uma observada rápida, a esposa do pastor estava radiante como de costume, seus cabelos pareciam estar ainda mais brilhantes e tinha um sorriso que transmitia paz a todos em sua volta, o pastor vestia roupa esporte, tênis, calça jeans e camisa polo, estava concentrado e sério, mas não parecia estar nervoso, se encontrava sentado e com um papel nas mãos, mas eu não consegui ver que papel era aquele. 

- Sente-se Drika! - exclamou o pastor - Eu e minha esposa queremos conversar com você por alguns minutos

Eu me sentei e olhei fixamente para os dois, tentando decifrar através de suas expressões o que eles iriam me dizer, mas não consegui descobrir. Primeiramente o pastor me pediu que contasse a ele o porque deu ter saído de obreira, obviamente ele já sabia, mas provavelmente queria ouvir o que eu iria dizer. Contei exatamente o que tinha acontecido com rique de detalhes, tomando cuidado para não acusar ninguém, disse-lhe que foi um mal entendido atras de outro, e que após isso eu teria me esfriado na fé, mas que agora tinha me voltado para Deus e tinha tido meu encontro com Deus. A cada palavra que eu dizia o pastor olhava para o papel que estava em suas mãos e tornava a olhar para mim, e permaneceu fazendo este gesto até o final da conversa. Foi quando me dei conta que aquele papel nas mãos do pastor era minha ficha de obreiro, dava para ver que tinha algo escrito a punho no verso da folha, mas não consegui ver o que era. Quando terminei de falar, o pastor olhou nos meus olhos e num tom autoritário disse que eu deveria na manha seguinte ir falar com o bispo responsável pelos obreiros no estado e dizer que estava lá a pedido do pastor Renato. Eu não tive coragem de perguntar para que eu iria conversar com o bispo, apenas balancei a cabeça num sinal de consentimento e me retirei da sala. E assim como me orientara o pastor, eu fiz, fui logo cedo procurar o bispo para ver o que ele tinha a me dizer, dessa vez com um frio ainda maior na barriga, e uma curiosidade sem tamanho.

CONTINUA...

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